quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

POLICIA MILITAR PODE ENTRAR EM GREVE

Postado  quarta-feira, 21 de janeiro de 2015  |  Ler Matéria»

21.01.15
Policiais militares de Pernambuco podem paralisar atividades após morte de sargento
+ Sgt/PM Carlos Silveira do Carmo - 44 anos
               Servidores se dizem indignados com a falta de aumento salarial


A morte do sargento da Polícia Militar (PMPE), Carlos Silveira do Carmo, de 44 anos, durante rebelião no Complexo Prisional do Curado na última segunda-feira (19), acirrou os ânimos dentro da PMPE e uma possível paralisação das atividades pode ocorrer nos próximos dias. Os servidores ainda encontram-se indignados com a falta de aumento salarial da categoria, fato que provocou uma greve da polícia no ano passado. Uma reunião para debater as condições de trabalho e salário da categoria, agendada pelo deputado estadual Joel da Harpa, ocorre às 14h desta quarta-feira (21), no Centro de Convenções, em Olinda. De lá, a Associação de Cabos e Soldados da PMPE convoca a categoria para uma caminhada pacífica até o Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Pernambuco. 

De acordo com o presidente da Associação dos Militares do Estado (AME-PE), Capitão Assis, as Associações tentaram entrar em contato com a nova gestão do Governo do Estado para debater a situação da categoria, porém, até o momento, não obtiveram sucesso. “Há uma grande insatisfação dentro tropa. Estamos insistindo para que haja um diálogo com o Governo e temos tentado entrar em contato com o novo secretário de Defesa Social. Até agora, não conseguimos”, afirmou.
 “Existe um barril de pólvora na PMPE. E há, sim, a possibilidade de haver uma paralisação, especialmente após a morte de um companheiro em exercício de sua atividade”, afirmou. O Capitão enfatizou que nenhuma das entidades de classe está convocando um movimento paredista, mas explica que o sentimento vem da base e há um perigo iminente de haver mais uma revolta dentro da Polícia. A Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que não há nenhuma reunião agendada com as Associações.
Segundo o presidente da Associação de Cabos e Soldados, o cabo Alberison Carlos,  o objetivo da passeata é criar um canal de diálogo com os governantes. "Nós sabemos que o governador Paulo Câmara (PSB) assumiu o mandato há apenas 20 dias, mas o partido dele já está no poder há oito anos. A situação da PMPE já estava pautada desde o ano passado", declarou Alberison.
Conforme informou o deputado estadual Joel da Harpa, que toma posse no próximo dia 1º de fevereiro na Assembleia Legislativa (Alepe), o objetivo do encontro é elaborar uma pauta de reivindicações da corporação para ser apresentada ao Estado. “O intuito é preparar e planejar as ações da categoria para o próximo período”, afirmou. Em consonância com as entidades de classe da PM, para Joel, é real a possibilidade de haver uma greve dos militares. “A tropa é soberana. Há uma insatisfação desde o último movimento. Hoje, os policiais estão indignados não apenas com os salários rebaixados, mas com o andamento do plano de cargos. Há grande demora nas promoções”, informou o parlamentar. Ele acredita que um movimento paredista pode surgir de forma espontânea.
                      
 Fila de carros da polícia se formou na frente do cemitério



Pesar

Um sentimento de comoção tomou conta das corporações policiais e de segurança do Estado após a morte do sargento. Uma carreata com dezenas de viaturas da PMPE ocorreu pelas ruas do Recife, durante a tarde desta terça-feira (20), em homenagem ao policial, cujo corpo foi velado no cemitério Parque das Flores. Na parte externa do cemitério, foi possível observar uma grande fila de veículos oficiais da Polícia, presente nessa última homenagem.
O Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sinpol-PE) publicou uma nota de pesar e realizou um Culto Ecumênico na manhã de hoje na sede da intuição em memória de Silveira. Para o presidente da entidade, Áureo Cisneiros, é em momento de perda. “As más condições de trabalho podem ser observadas em ambas a polícias: Militar e Civil. A mesma ameaça que fez o sargento tombar é sofrida por nossa categoria diariamente. Para se ter uma ideia, o efetivo da PCPE, atualmente, funciona apenas com 40% dos servidores. Com isso, a polícia fica vulnerável”, explicou Áureo. “Os policiais civis permanecem em luto durante três dias”, solidarizou-se o sindicalista.
O Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco (Sindasp-Pe) também de pronunciou sobre o falecimento do PM. “Lamentamos profundamente a morte de mais um irmão, policial militar, nos serviços da guarda externa, que tombou no exercício de sua função. Para o Sindasp-PE, esta tragédia, como muitas outras, revela o total apagão do Sistema Penitenciário em Pernambuco, que merece ser revisto com urgência e presteza”, afirma nota oficial. Segundo o Sindicato, há um déficit de pessoal de 4.700 agentes penitenciários.

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